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terça-feira, 18 de setembro de 2012

O processo de socialização - Parte II

AS DIFERENÇAS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
Entender a sociedade da qual fazemos parte significa saber que existem diferenças e que precisamos olhar para elas. É muito diferente nascer e viver numa favela, num bairro rico, num condomínio fechado ou numa área do sertão nordestino exposta a longos períodos de seca. Essas desigualdades promovem formas diferentes de socialização. Ao tratarmos de diferenças temos também de vê-las no contexto histórico.
Socialização nos anos 50:
A socialização dos dias atuais é completamente diferente da dos anos de 1950. Naquela época, a maioria da população vivia na zona rural ou em pequenas cidades. As escolas eram pequenas e tinham poucos alunos. A televisão estava iniciando no Brasil e apresentava poucos programas que eram vistos por poucas pessoas. Não havia internet e o telefone era precário. Ouvir rádio era a principal maneira de saber o que ocorria em outros lugares do país e do mundo. As pessoas relacionavam-se quase somente com as que viviam próximas e estabeleciam laços fortes de solidariedade entre si. Escrever cartas era muito comum, pois era o meio mais rápido de se comunicar a longas distâncias.
Socialização nos anos 2000:
No decorrer da segunda metade do século XX ocorreram inúmeras mudanças, avanços tecnológicos nos setores da comunicação e da informação, aumento da produção industrial e do consumo e o crescimento da população urbana, que permitiram desencadear grandes transformações no mundo inteiro. Em alguns casos, alterações econômicas e políticas provocaram a desorientação das condições de vida e organização social, gerando grandes situações calamitosas. Em vários países do continente africano, centenas de milhares de pessoas morreram de fome ou se destruíram em guerras internas, o que continua a acontecer. Na antiga Iugoslávia, Europa, grupos étnicos entraram em conflitos que mesclavam questões políticas, econômicas e culturais e, apoiados ou não por outros países, mataram-se durante muitos anos numa guerra civil.
Nascer e viver nessas condições é completamente diferente de viver no mesmo local com paz e tranquilidade. A socialização das crianças “em guerra permanente” é afetada profundamente.

     
TUDO COMEÇA NA FAMÍLIA
Ocorrem dois tipos de processos de socialização em uma sociedade, a saber:
Processo de Socialização formal: É conduzido por instituições, como: Escola e Igreja.      
Processo de Socialização informal: Este é mais abrangente e acontece inicialmente na Família; Vizinhos; Grupos de amigos; Meios de comunicação.
Família
O ponto de partida para o processo de socialização é a família, o espaço privado das relações de intimidade e afeto, em que, geralmente, podemos encontrar alguma compreensão e refugio, apesar dos conflitos. A família é o espaço onde aprendemos a obedecer às regras de convivência, a lidar com as diferenças e as adversidades.        
Espaços Públicos de Socialização:
São todos os outros lugares que frequentamos em nosso cotidiano. Neles as relações sociais são deferentes, pois convivemos com pessoas que nem conhecemos. Nesses espaços públicos, não podemos fazer muitas das coisas que são permitidas em casa. Precisamos observar as normas e as regras em cada situação. Nos locais de culto religioso, devemos fazer silêncio. Na escola, onde ocorre a educação formal, precisamos ser pontuais nos horários de entrada e saída.     
Espaços Públicos e privados de Socialização:
Há agentes de socialização que estão presentes nos espaços públicos e privados ao mesmo tempo: são os meios de comunicação: Cinema; Televisão; Internet; Rádio; Jornais; Revistas; Telefonia Celular.  
Estes talvez sejam os meios de socialização mais eficientes e persuasivos que existem

Referência:
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010

O processo de socialização - Parte I

 

O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO - Parte I

Podemos iniciar nossa reflexão com o questionamento: O que vem primeiro, o indivíduo ou a sociedade? Os indivíduos moldam a sociedade ou a sociedade molda os indivíduos?
Socialização:
É o processo pelo qual os indivíduos formam a sociedade e são por ela formados.  
A imagem que melhor descreve esse processo é a de uma rede que vai sendo tecida por relações sociais que vão se entrelaçando e compondo diversas outras relações até formar toda a sociedade.
Cada indivíduo ao fazer parte de uma sociedade, insere-se em múltiplos grupos e instituições que se entrecruzam, como a família, a escola, e a igreja. E, assim, o fio da meada parece interminável porque forma uma complexa rede de relações que permeia o cotidiano. Ainda que cada sujeito tenha sua individualidade, esta se constrói no contexto das relações sociais com os diferentes grupos e instituições dos quais ele participa, tendo por isso experiências semelhantes ou diferentes das de outras pessoas.
O que nos é comum
Ao nascer o indivíduo chega a um mundo que já está pronto, e essa relação com o “novo” é de total estranheza.
A criança vai sentir: Frio e calor; Conforto e desconforto; Vai sorrir e chorar; Enfim, vai se relacionar e conviver com o mundo externo.  Para viver nesse mundo terá que aprender a conhecer seu corpo, seja observando e tocando partes dele, seja se olhando no espelho. Nesse momento ainda não se reconhece como pessoa, pois não domina os códigos sociais; é o “nenê”, um ser genérico.
Com o tempo a criança percebe que existem outras coisas a seu redor: O berço; O chão; E os objetos que compõem o ambiente em que vive.
A criança percebe que existem também pessoas: Pai; Mãe; Irmãos; Tios; Avós.     
São pessoas com as quais ela vai ter que se relacionar. As crianças descobrem que existem outras pessoas que não são família e terá que aprender a diferenciá-las das que são. À medida que cresce, vai descobrindo que há coisas que pode fazer e coisas que não pode fazer. Posteriormente saberá que isso é determinado pelas normas e costumes da sociedade à qual pertence.
Processo de conhecimento do mundo
No processo de conhecimento do mundo, a criança percebe que alguns dias são diferentes dos outros. Há dias em que os pais não saem para trabalhar e ficam em casa mais tempo. São dias em que assiste mais à televisão, vai passear em algum parque ou outro lugar qualquer. Nota que vai a um lugar diferente, que mais tarde identificará como a igreja. Nos outros dias da semana vai à escola, onde encontra crianças de mesma idade e também outros adultos.
A criança percebe que existem outros lugares:
A criança vai entendo que existem outros lugares além da casa em que vive; alguns são bem parecidos com o seu, já outros não; alguns são próximos e outros são bem distantes; alguns são grandes e outros são pequenos; alguns são ricos e outros são simples ou miseráveis. Ao ver Tv percebe que existem cidades grandes e outras que são bem pequenas, novas e antigas. Descobre também que existem áreas rurais, com poucas casas, onde se cultivam os alimentos que ela consome. Aos poucos, saberá que cidades, zonas rurais, matas e rios fazem parte do território de um país, que é dividido em unidades menores, no caso do Brasil são chamados de Estados-membros. Nessa extraordinária viagem que está fazendo a criança aprenderá que há os continentes, os oceanos e os mares, e que tudo isso, com atmosfera, forma o planeta Terra, que por sua vez está vinculado a um sistema maior, o sistema Solar, o qual faz parte de uma galáxia: a Via Láctea. Esse processo de conviver com a família e com os vizinhos, de frequentar a escola, de ver televisão, de passear e de conhecer novos lugares, coisas e pessoas compõe um universo cheio de faces no qual a criança vai se socializando, isto é, vai aprendendo e interiorizando palavras, significados e ideias, enfim, os valores e o modo de vida da sociedade da qual faz parte.

Referência:
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Trabalho - Parte II: Da tortura à dignidade



Pensando o trabalho a partir da tortura (como era visto) até o momento em que foi tido como uma atividade que dignifica o homem.

O termo trabalho pode ter nascido do vocábulo latino tripallium, que sig­nifica "instrumento de tortura", e por muito tempo esteve associado à ideia de atividade penosa e torturante. Nas sociedades grega e romana era a mão-de­-obra escrava que garantia a produção necessária para suprir as necessidades da população. Existiam outros trabalhadores além dos escravos, como os meeiros, os artesãos e os camponeses. No entanto, mesmo os trabalhadores livres eram explorados e oprimidos pelos senhores e proprietários. Estes eram desobrigados de qualquer atividade, exceto a de discutir os assuntos da cidade e o bem-estar dos cidadãos. Para que não dependessem do próprio trabalho e pudessem se dedicar exclusivamente a essa atividade, o trabalho escravo era fundamental. O trabalho passou a ter valor após a Revolução Industrial e emergência do mercantilismo e do capitalismo devido a necessidade de mão de obra requerida pela burguesia que ganhava forças cada vez mais. a partir daí passou-se a pensar o trabalho como algo valoroso, algo que dignifica o homem, o trabalho mudou de figura e era preciso agora convencer as pessoas de que trabalhar para os outros era bom.

Algumas mudanças ocorreram na estrutura do trabalho. O pensamento primário a respeitodo trabalho foi tomando novo rumo. artesãos e pequenos produtores se transformaram em assalariados. vamos ver como se deu esse movimento conceitual do trabalho.
Primeiro, casa e local de trabalho foram separados; depois, separaram o trabalhador de seus instrumentos; por fim, tiraram dele a possibilidade de conseguir a própria matéria-prima. Tudo passou a ser dos comerciantes e industriais que haviam acumulado riquezas. Eles financiavam, organizavam e coordenavam a produção de mercadorias, definiam o que produzir e em que quantidade. Afinal, o dinheiro era deles.
Essa transformação aconteceu por meio de dois processos de organização do trabalho: a cooperação simples e a manufatura (ou cooperação avançada).
Na cooperação simples, era mantida a hierarquia da produção artesanal entre o mestre e o aprendiz, e o artesão ainda desenvolvia, ele próprio, todo o processo produtivo, do molde ao acabamento. A diferença é que ele estava a serviço de quem lhe financiava não só a matéria-prima, como até mesmo alguns instrumentos de trabalho, e também definia o local e as horas a ser trabalhadas. Esse tipo de organização do trabalho abriu caminho para novas formas de produção, que começaram a se definir como trabalho coletivo.
No processo de manufatura (ou cooperação avançada), o trabalhador até continuava a ser artesão, mas não fazia tudo, do começo ao fim. O sapato, por exemplo, era feito a muitas mãos, como numa linha de montagem. Cada um cuidava de uma parte, como hoje acontece com os carros e tantos outros produtos fabricados.



Com esse processo ocorreu o convencimento do trabalhador de que a situação presente era melhor do que a anterior. Diversos setores da sociedade colaboraram para essa mudança:
  • As igrejas procuraram passar a idéia de que o trabalho era um bem divino e quem não trabalhasse não seria abençoa­do. Não trabalhar (ter preguiça) passou a ser pecado.
  • Os governantes passaram a criar uma série de leis e decre­tos que penalizavam quem não trabalhasse. Os desempre­gados eram considerados vagabundos e podiam ir para a prisão. Inclui-se aqui o auxílio da polícia, encarregada de prender esses "vagabundos".
  • Os empresários desenvolveram uma disciplina rígida no trabalho, principalmente com horários de entrada e saída dos estabelecimentos.
  • As escolas passaram às crianças a ideia de que o trabalho era fundamental para a sociedade. Esse conceito era ensinado, por exemplo, nas tarefas e lições e também por meio dos contos infantis. Quem não se lembra, por exemplo, da his­tória da Cigarra e da Formiga ou da dos Três Porquinhos? Quem não trabalhava "levavasempre a pior".

Resumindo:
O trabalho era visto de forma torturante.
  • Era uma atividade apenas voltada para escravos ou classe mais pobre.
  • Era valorizado quem não trabalhava, pois tinha que pensar na vida e nos assuntos da sociedade.
  • O trabalho passou de uma concepção de algo vil para uma atividade que dignifica o homem.
  • Dois processos de organização do trabalho: cooperação simples e manufatura.
  • Algumas instituições colaboraram para esta mudança: igrejas, governantes, empresários e escolas.

Referência:
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010



Trabalho - Parte I


Em nossa sociedade, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e de trabalhadores. para ilustrar um pouco esta produção vamos pensar um pouco sobre um produto que faz parte da vida de muitas pessoas: um pãozinho francês. 
Os ingredientes básicos para fazer um pãozinho são o trigo, a água, o sal e o fermento. Para que haja trigo é necessário que alguém o plante e o colha; é preciso que haja moinhos para moê-lo e comercialização para que chegue até a padaria. Ainda não mencionamos o sal, que tem um processo todo especial para esse extraído do mar, depois processado e embalado para ser comercializado. O fermento é produzido em outras empresas por outros trabalhadores, com outras matérias-primas. A água precisa ser captada, tratada e distribuída, o que exige uma complexa infraestrutura com grande número de trabalhadores.
São necessários equipamentos, como a máquina para preparar a massa e o forno para assar o pão, fabricados em indústrias que, por sua vez, empregam outras matérias-primas e trabalhadores.
É necessário algum tipo de energia proporcionada pelo fogo (e isso exige madeira ou carvão) ou energia elétrica (que é gerada em hidroelétricas ou termo­elétricas). As usinas de energia, por sua vez, precisam de equipamentos, linhas de transmissão e trabalhadores para fazer tudo isso acontecer.
Na ponta de todo esse trabalho, estão as padarias, mercadinhos e super­mercados, onde o pãozinho finalmente chega às mãos do consumidor.
Se para comer um simples pão há tanta gente envolvida, direta e indireta­mente, você pode imaginar quanto trabalho é necessário para a fabricação do ônibus, da bicicleta ou do automóvel, para a construção da casa em que você vive ou da escola onde estuda.
Essa complexidade das tarefas relacionadas à produção é uma caracterís­tica da nossa sociedade. Outros tipos de sociedade, do presente e do passado, apresentam características bem diversas. Vamos ver em outras postagens um pouco destas outras sociedades.
Resumindo:
Para o processo de produção precisamos:
  • Homem (com sua inteligência)
  • Força de trabalho
  • Matéria Prima
  • Transformação da Natureza (Interatividade do homem)
  • Transformação do próprio homem (ao transformar a natureza, ele transforma também a si mesmo e as suas relações sociais).

Tudo isso para produzir, pois somente com a produção é que ele se sentirá participativo da sociedade no âmbito econômico, social, cultural e etc.

Referência:
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p.37.

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