Uma
fresta de luz,
Uma
retina, uma lembrança, uma sensação,
Mas
não era uma luz sensorial, tampouco eram as retinas dos meus olhos.
A
miopia era mais profunda e não somente minha,
E
a fresta de luz era muito desbotada, quase imperceptível.
Acredito
que propositalmente querem que não enxerguemos,
Nos
facilitam caminhos para os olhos não usar,
Nos
acostumam com a hipocrisia viajar.
Querem
promover nossa adaptação,
Querem
que gozemos com os prazeres da multidão.
Mas
quem nos persegue dessa forma?
Qual
o motivo, a razão dessa castração?
Se
acostumar com o crime e o ladrão...
Fazer
da desonestidade um plano e não exclusão...
E
apresentar as ideias contrárias como recalque da nação.
Sou
eu, é você e quem quiser incluir,
Somos
nós mesmos os autores das luzes e escuridões,
É
o jeitinho daqui e dali, uma moeda de troco, um pão.
Depois
já nem me incomodo mais com o ladrão,
São
as oportunidades! Ah, essas oportunidades!
Hoje
elas fazem me sentir mais forte, mas amanhã fico sem tapete.
O
mundo poluído de discurso aponta sua ética,
Para
quem tem uma bússola quebrada, tanto faz.
E
já que não há uma direção, para quê usar os olhos?
Se
adapte e engula o vômito calado!
Enquanto
uns vomitam suas ideias sobre a sociedade,
Outros
se enojam e tomam caminhos contrários,
E
levam pancadas por isso, mas fazem suas próprias escolhas.
Foi
justamente nessa fresta de luz que vi...
Que
eu já não cabia mais em mim.
Que
o mundo é uma construção do artista que sou eu.
que
minhas opções vão agradar e desagradar,
mas
por que se incomodar se nem toda bússola está quebrada?
E
mesmo que quebrada posso fazer do desconhecido, caminho.
E
do caminho, a vida que quero desenhar.