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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Meus gritos se calam (poema de Tiago Eurico de Lacerda)



Meus gritos se calam 

poema de Tiago Eurico de Lacerda


Quero e não faço, mas não sei o porquê.
Desejos e vontades ocultos,
Vida cercada por vidas
Quantas miradas!

Vejo, mas imagino que poderia ser mais.
Olhos fechados para o além,
As miradas disfarçam-se
O desejo vem.

Penso em sair, mas o lar é cômodo.
Penso em agir, mas me foge às mãos.
Calo e descubro que são apenas assombrações
Que em meio às constelações não querem me ver brilhar.

Se brilho creio que foi demasiado.
Se no escuro, choro a luz.
Quantas bobeiras me invadem
Quantas se esvaem.

Escrevo para não falar.
Quando falo não sei pronunciar.
Faltam-me palavras concisas
Sou prolixo lançado ao ar.

Falo de mais sem abrir a boca
Nunca me foi necessário, por que agora?
Meu olhar, minha voz se comunicam
E meus gritos se inflamam.

E meus gritos se calam
E meus gritos me malham
E meus gritos me assolam
E meus gritos se esvaem.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sonhos (poema de Tiago Eurico de Lacerda)

Sonhos
por Tiago Eurico de Lacerda

Quem poderá dizer que nunca sonhou
Ou que algum dia não esperou
Um milagre, uma surpresa e apreendeu
Na fraqueza, delicadezas?

Me disseram que a vida é cruel
Mas o que seria a crueldade,
Senão, a falsa sensibilidade
Que querem impor ao réu?

Não sei se vi, nem se ouvi
Será que não sei? Não sei.
Querem tapar meus sentidos
E tirar-me...

E a liberdade, onde está?
Onde? Você a viu passar?
Diga-lhe que estou bem
Que estou bem? Sei...

O problema é que me olvido
De sempre especular os sonhos
Talvez seja a alteridade que me barre
Ou não. Mas devaneio.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Tédio (poema de Tiago Eurico de Lacerda)



Tédio
por Tiago Eurico de Lacerda

Posso aborrecer sem desfalecer
Posso desfalecer pelo fastio
Mas não posso pelo tédio parir
Um desgosto por quem não pôde rir.

Se hoje eu rio
Amanhã cachoeira
Se não rio
O jocoso se torna poeira.

Se a poeira não me cegar
Vou por caminho seguro
Assim talvez possa chegar
E quiçá irei ficar.

Quiçá não faz história
Creio até que morreu
A viver na insegurança
Me apetece mais eu.

Eu não sei o caminho
E você não sabe chegar
Minha mochila é pesada
Devolve-me, pois vou me atirar.

O alvo é tédio, não importa
O tempo é curto, eu sei
A vida é assim e eu assado
E nós juntos outra vez.

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