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12 setembro 2012

Trabalho - Parte I


Em nossa sociedade, a produção de cada objeto envolve uma complexa rede de trabalho e de trabalhadores. para ilustrar um pouco esta produção vamos pensar um pouco sobre um produto que faz parte da vida de muitas pessoas: um pãozinho francês. 
Os ingredientes básicos para fazer um pãozinho são o trigo, a água, o sal e o fermento. Para que haja trigo é necessário que alguém o plante e o colha; é preciso que haja moinhos para moê-lo e comercialização para que chegue até a padaria. Ainda não mencionamos o sal, que tem um processo todo especial para esse extraído do mar, depois processado e embalado para ser comercializado. O fermento é produzido em outras empresas por outros trabalhadores, com outras matérias-primas. A água precisa ser captada, tratada e distribuída, o que exige uma complexa infraestrutura com grande número de trabalhadores.
São necessários equipamentos, como a máquina para preparar a massa e o forno para assar o pão, fabricados em indústrias que, por sua vez, empregam outras matérias-primas e trabalhadores.
É necessário algum tipo de energia proporcionada pelo fogo (e isso exige madeira ou carvão) ou energia elétrica (que é gerada em hidroelétricas ou termo­elétricas). As usinas de energia, por sua vez, precisam de equipamentos, linhas de transmissão e trabalhadores para fazer tudo isso acontecer.
Na ponta de todo esse trabalho, estão as padarias, mercadinhos e super­mercados, onde o pãozinho finalmente chega às mãos do consumidor.
Se para comer um simples pão há tanta gente envolvida, direta e indireta­mente, você pode imaginar quanto trabalho é necessário para a fabricação do ônibus, da bicicleta ou do automóvel, para a construção da casa em que você vive ou da escola onde estuda.
Essa complexidade das tarefas relacionadas à produção é uma caracterís­tica da nossa sociedade. Outros tipos de sociedade, do presente e do passado, apresentam características bem diversas. Vamos ver em outras postagens um pouco destas outras sociedades.
Resumindo:
Para o processo de produção precisamos:
  • Homem (com sua inteligência)
  • Força de trabalho
  • Matéria Prima
  • Transformação da Natureza (Interatividade do homem)
  • Transformação do próprio homem (ao transformar a natureza, ele transforma também a si mesmo e as suas relações sociais).

Tudo isso para produzir, pois somente com a produção é que ele se sentirá participativo da sociedade no âmbito econômico, social, cultural e etc.

Referência:
TOMAZI, Nelson Dácio. Sociologia para o Ensino Médio. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p.37.

21 agosto 2012

O Sofrimento - Parte II: Tensão

por Tiago Lacerda

Este conjunto de reflexões acerca do sofrimento tem uma raiz muito certa, a vida. Esta sempre entendida como algo que não se pode contrariar, ou que deve-se afastar o sofrimento e dor a todo custo pois a beleza de estar aqui neste mundo é viver os prazeres e fugir o máximo da dor. Toda esta forma de perceber a vida faz parte de nossa educação. E com a citação que terminei a parte I, inicio esta: "paulatinamente esclareceu-se para mim, a mais comum deficiência de nosso tipo de formação e educação: ninguém aprende, ninguém aspira, ninguém ensina, a suportar a solidão". Esta citação encontra-se no livro Aurora de Nietzsche no parágrafo 443. Eu gostaria de refletir sobre isto neste pequeno texto. Vivemos o que aprendemos. Somos fruto do nosso processo de socialização e este é fruto de valores sociais, morais estabelecidos em nossa época e sociedade. Aprender que com a solidão e o sofrimento podemos ser mais fortes não soa bem, ou melhor, soa com um tom de cristianismo, de evangelização que quer justificar a dor para uma conduta direcionada à vida possível (segundo o cristianismo) eterna. Mas aqui gostaria de deixar de lado esta reflexão religiosa ao passo que penso até que ponto conseguimos fazer isso. O sofrimento, a dor, longe de ser uma justificação religiosa para a vida e desgraças vividas é uma oportunidade de crescer, de emitir um som diferente. Como assim? Para o filósofo Heráclito de Éfeso (séc. VI – V a.C.) o devir ao qual tudo está destinado caracteriza-se pela passagem de um contrário ao outro: as coisas quentes se resfriam, as úmidas secam, as secas tornam-se úmidas, o jovem envelhece e o vivo morre. Há, portanto, uma guerra perpétua entre os contrários.

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