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24 março 2010

Pachola (poema de Tiago Eurico de Lacerda)

por Tiago Eurico de Lacerda

Pachola, pachola por que te entristeceste?
Em ti, nada mais de ti cabia.
Fora de ti, ninguém sabia.
Quiçá por isto morreste, e a ti não te devolveste.

Pachola, pachola, ressuscita-te!
De ti permita sair-te.
fora de ti, aos outros conhecer-te.
Se esvazie para encher-te.

Pachola, pachola acordaste.
Agora em ti há de ti.
Fora de ti há rumores.
E na alteridade soma amores.

25 janeiro 2010

Partir (poema de Tiago Eurico de Lacerda)




por Tiago Eurico de Lacerda

Esta noite eu fiz uma viagem e passei por muitas estradas, parti.
Parti para um lugar onde ninguém poderia me encontrar.
Como viajei? Não posso dizer, talvez eu nem saiba.
O que sei é que foi longa, mas em momento algum me cansei.
No meu caminho partido, pois gostaria de ir a outros nortes,
Vi muitos partindo também.
Vi mães, pais, filhos, vi amantes, enfim diamantes,
Cada um com seu destino, uns felizes, outros não, e os misteriosos.
Quando a gente parte, não quer mais voltar,
É como um bolo vistoso que se ganha um pedaço e não se quer rejeitar,
Quer partir outro e partindo quer partir para onde nunca alguém partiu.
Ainda o faço, não com o bolo, mas com meus desejos, sonhos.
Vi amigos, lugares, mas não permaneci, caminhei.
Tudo é passageiro, tudo tem um fim e por isso não me envergonhei.
Sempre é necessário começar, e para isto é preciso partir,
Desejos , sonhos, estradas, bolos, amigos, saudades, enfim.
Cheguei em algum fim, posso sentir,
O que me deu esta consciência é a brisa da manhã, como?
Fui tocado por ela ao descansar em minha poltrona, mas ela me despertou.
Este fim chegou para começar tantos outros caminhos de início e fim.
Mas o fim verdadeiro eu só saberei se de outra forma eu partir.

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